Despido de preconceitos e ideias preconcebidas. Tal como a vida.

30 dezembro 2006

Sobre a inveja

"A sociedade é como um individuo que se atira do alto de uma torre. À medida que vai caindo e vendo passar os andares, diz para si próprio: até aqui tudo bem, até aqui tudo bem.
O que importa não é a queda mas a aterragem"

(O ódio)


Ninguém vem ao meu blog dizer mal de mim, tal como ninguém se dá ao trabalho de me tentar ofender com um comentário. Serei assim tão especial? Claro que não.

Noutra casa, bem mais vista e cobiçada li um comentário/insinuação à frase "Qualquer dia dispo-o, sento-o sossegado no sofá da minha varanda virado para o mar, roubo-lhe o olhar e o abraço, dou-lhe um beijo e abandono-o" dita sobre o meu corpo. Como não sabem como eu sou não tentam insinuar que me quero atirar de uma torre. Fazem bem, porque não quero. Mas como não invejam nada de um desconhecido como eu, nem sequer se lembram de me tentar criar "problemas" :))))) Fazem bem, porque não conseguem...

Enfim, "Será que a vida tem um fora José?" claro que tem, pois tem. Somos nós enquanto Deus. Cada um dentro de si tem o seu. Eu faço com o meu o que quero e o que penso e tu fazes o queres com o teu...
No fundo posso dizer que não te invejo porque te amo e assim sou. Posso dizer que sou assim. Posso dizer que amo e por isso estou "Deus", estou fora José.





P.S. Vou voltar a vestir-me de negro porque sim. (a estética)

27 dezembro 2006

Fora!

Lembro-me de estar a ouvir pessoas a falar comigo e sentir que estava prestes a derreter, desfalecer, fugir. Olhares fixos no meu e eu a olhar para o chão, para um fundo qualquer. Para um canto ou uma gruta. Estar escondido, estar fora, não estar aqui.

(Quando vou a conduzir o meu carro gostava que toda a gente me saísse da frente: acelerar, rolar, "fluir" daqui para fora!)

Já aceito olhares no meu, já aceito olhares no meu e penso, comunicação, estou a ouvir aquilo que realmente importa a quem fala comigo. O que é que eu tenho ouvido? escutado? À medida que o tempo passa tenho subido pela escada. Tenho ouvido coisas que na realidade não estão "lá", só porque me tocam não significa que o sejam.

Fora!

Estou (fora! sai da frente que vem atrás de ti um acidente) à espera...

(um dia vou ter asas, um dia vou ter asas, um dia vou flutuar assim e vou ver. Vou mudar de casa, vou mudar de roupa, vou-me despir assim e vou emigrar de mim para mim. Vou sair para fora! e vou chegar até...)

"será que a vida tem um fora, José?"

Pouco me importa se tem um fora ou não, pouco me importa se tem um fora ou não. pouco me importa porque estou completamente fora! (está a chover na minha cabeça. Chuva...)

(A poça tornou-se um lago e a chuva continuou.) E eu ainda aqui estou. Chuva, chuva, chuva...

(I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me...)




Estou fora!

Um imenso adeus

E como esta época nos empurra para qualquer coisa mais do que aquilo que normalmente vou acreditando,
deixo-te aqui em forma de resposta ________________________...

(O que caracteriza a mentalidade religiosa não é responder à pergunta sobre o sentido ou intenção da vida...o que é propriamente religioso é acreditar que,depois de dada tão sublime resposta,já está justificado deixar de perguntar.
Graças a Deus as coisas têm sentido, mas seria ímpio perguntar que sentido tem então Deus.
E,no entanto,de um ponto de vista filosófico,a pergunta sobre o sentido de Deus é tão razoável e urgente como a que pretende revelar o sentido do mundo ou o sentido da vida. Se essa pergunta não se pode fazer ou, em nome do Grande Enigma Divino, é suportável não responder a ela "Deus é o sentido e a pequenez humana nada mais pode saber d'Ele para além disso")
...então teria valido o mesmo ficarmos conformados muito antes. Poderíamos ter aceite à partida, por exemplo,a lição daqueles dois versos de O guardador de rebanhos que Fernando Pessoa escreveu:

«as coisas não têm significado mas existência

as coisas são o único sentido oculto das coisas»





Tantos foras José...mete medo.







(delicada e doce bailarina. E no entanto... tão real)

17 dezembro 2006

abikiu



Don't walk the plank like I did
You will be dispensed with, when you've become
Inconvenient

Up on Harrowdown Hill, Where you used to go school
That's where I - That's where I'm lying now
Did I fall or was I pushed? Did I fall or was I pushed?
And where's the blood? Where's the blood?
But I'm coming home, I'm coming home to make it alright so dry your eyes
We think the same things at the same time, we just can't do anything about it
We think the same things at the same time, we just can't do anything about it

So don't ask me, ask the Ministry
Don't ask me, ask the Ministry
We think the same things at the same time, there are so many of us so you can't count
We think the same things at the same time, there are so many of us so you can't count

Can you see me when I'm running? Can you see me when I'm running?
Away from them, Away from them
I can't take the pressure, No one cares if you live or die
They just want me gone, they want me gone
But I'm coming home, I'm coming home to make it alright so dry your eyes
We think the same things at the same time, we just can't do anything about it
We think the same things at the same time, there are too many of us so you can't;
there are too many of us so you can't count

It was a slippery slippery slippery slope
It was a slippery slippery slippery slope
I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me



Consta que o Thom Yorke escreveu esta letra sobre um Dr. David Kelly, microbiologista, que se suicidou devido à pressão que existiu sobre ele a propósito das armas no Iraque. Kelly suicidou-se cortando os pulsos e atirou-se para o rio em Harrowdown Hill...


"Será que a vida tem um fora José...?"

15 dezembro 2006

Je Fume

Enrolo o meu olhar pelas voltas do fumo, caracóis do meu João, tate-bitate...

ta. . .ta. . .ta. . . te. . . te. . . te. . . -. . . bi. . . bi. . . bi. . . bi. . . ta. . . ta. . . ta. . . ta. . . te. . . te. . . te. . .
mau filme digital

o fumo enrola, sobe...

Há por aí mais alguém a quem pareça que o tempo parou?
parou?

Onde está o meu olhar curioso? A minha inocência, disponibilidade...


Nem me dei conta que um dia acordei mais velho e triste. Já foi à tanto tempo que me esqueci. Ou então fui esmorecendo... descolorando... acinzentando...

Olho a minha cara mole no espelho e lembro-me:
"eu não quero trabalhar, eu não quero almoçar, eu só me quero esquecer"




do quê?

09 dezembro 2006

Distorcido, violado e descontextualizado

__________________________
sabes...não deve ser assim.
não há máquinas por ali.tem de existir um cuidado maior.o todo faz aquilo que somos.inteiros.não é apenas um corpo a que estão a assistir.é emoção,abalo,dor...
vontade,motivação,respeito e como alguém disse aqui...discernimento.
tudo,acima de tudo..ter a percepção
de quando mexem pessoas como fantoches.

29 novembro 2006

Despido

tenho um filho, tenho dois...

...quando olho para mim no espelho vejo a tua imagem do outro lado. ser pai assim não é nada de especial, só tenho que me lembrar, respirar fundo e sentir. os teus sorrisos, os teus silêncios. eu sei, já não sou o que era. agora sou mais tu, calcei os teus sapatos, vesti a tua camisola de lã e abro os braços para quem me pede um abraço, um colo, calor... como tu.

eu já não te peço isso, queria apenas sentar-me ao teu lado, a fazer o que faria se não estivesse a fazer nada; companhia, silêncio, empatia...

...apenas a tua presença

28 novembro 2006

B.R.

"O que ele queria era as mesmas respostas que todos nós queremos; de onde vim, para onde vou, quanto tempo me resta...

Só me restou ficar sentado a vê-lo morrer..."




Tenho saudades, tenho... gostava... gostava de falar contigo outra vez.

21 novembro 2006

M. asked...

Porque é que nos juntamos assim, porque é que vivemos dentro das casas com as almas apertadas a pedir licença, dá um jeitinho, encosta-te, chega-te um pouco para lá… tenho um choro a querer passar, vá, vá lá! quando há tanto espaço na solidão? Porque vivemos mais nos dias não? Porque é que acabamos a ser outra coisa e não aquilo que queremos? Ou será que queremos aquilo que não?
Porque é que nos juntamos assim, quando há árvores à espera, mares de pedra e de esponja, a eternidade serenamente pousada sobre a imensidão? Porque é que nos juntamos assim sobre o cimento…

16 novembro 2006

M. said...

Hoje roubei uns minutos ao tempo do sono e da lista de urgências que me espera para vir ao teu blog. Só vim agora... Depois das esfregonas e vassouras que a empregada abandonou sem avisar que não voltava mais, depois dos gritos belos da criança que gatinha agarrada às minhas pernas (porque não quer outras, nenhumas mesmo, senão as minhas), depois dos chamamentos ansiosos de outro menino que ambiciona mostrar o desenho que fez para mim e quer que com ele eu escreva uma história (e eu escrevo enquanto o jantar se faz... sozinho) depois de ter pedido que me dessem até às 6 da tarde para concluir os meus planos para os meus alunos, porque gosto de fazer planos para os meus alunos,e ninguém me deu, depois de ter sorrido mil vezes e me ter fechado outras, depois de ter gostado do dia de chuva, depois de ter animado algumas criaturas do meu dia e de me ter aborrecido ou zangado com outras, depois de ter pedido que falassem mais baixo e não gritassem, depois de ter dobrado a roupa que a empregada não veio passar a ferro, depois de ter imaginado a quiche para o jantar de amanhã, depois de não me ter deixado deprimir, depois de ter admirado a posição daquele ramo naquela árvore, depois de ter cantado "Às duas por três um albatroz chega até nós" para os meus filhos, depois de me ter sentado no chão da sala a mostrar como se empilham pequenos cubos... depois de mil coisas tão concretas que sei que fiz com a mesma entrega e a mesma paixão que fazem as pessoas bem sucedidas... vim ler-te e escrever-te... que também faz parte... Dorme bem.

13 novembro 2006

Respiro

Já sei o que é o sucesso, já sei...

O sucesso é quando Amas, quando o amor "sai", quando te dedicas e quando te envolves. Quando começas a ver razões para te sentires bem. As que importam...
Cada pessoa que tu vês, em cada momento que tu vives, estás bem, sentes que estás bem. Deixas de olhar para os teus amigos como amigos mas como "prolongamentos" do que tu sentes por eles. E não tens medo. Não condicionas o que lhes dás...

(respiro...)

O sucesso é ser total, é ser "completamente", Ser, Amar, Dás de dentro de ti e não te importas, está tudo bem, não estás preocupado com o que vão pensar e por isso só podem pensar bem de ti. Deste o que tinhas e deste tudo. Pudeste dar tudo. Pudeste dar tudo e por isso é que tens sucesso.

Pensa bem... Não é fácil, não é directo, não é simples. O amor dá muito trabalho, as pessoas não querem ser amadas, querem ser "amadas" querem ser transparentes sem se deixarem ver. Querem que tu descubras o que trazem lá dentro. Querem que tu sejas mãe. Querem que sejas a "tal" mãe. A que imaginam que é ser mãe e como és admirável pensam que a "mãe" és tu.



(respiro...)




Quando tu dás...

09 novembro 2006

Monólogos (ou eu a falar sozinho e a imaginar que o meu filho me está a ouvir)

Sabes, chega uma altura em que se abranda, começa-se a viver a vida com outra "velocidade", deixamos de sentir necessidade de estar presente em todas as ocasiões e deixamos de nos sentir incomodados se alguém se esquece de nós. Escutamos opiniões absurdas sobre a vida e trocamos a exaltação pela simpatia.
Há que saber sorrir perante aquilo que nos incomoda. De alguma forma trabalhar, há que trabalhar. Nunca nada nos cai no colo, ninguém vai receber uma chamada telefónica a alertar para o talento que aí está.
Algures, uns escritos abaixo pensei no sucesso. Não penso que tenha ido suficientemente longe a descrever o que é o sucesso para mim. Pablo Picasso disse que "quando a inspiração chegar vai-me encontrar a trabalhar" O sucesso é ser pintor? e pintar um único quadro muito valioso ou estudado? Não me parece, isso não é sucesso, não dá realização nem felicidade. Dá alegria, mas efémera.
Usando o exemplo do Picasso imagina que consegues que a maior parte dos teus dias não te tragam dissabores nem monotonia e que assim consigas estar activo, no sentido de estar com pessoas e conseguir fazer "funcionar" o teu interior, sem te esconderes e sem te sentires agredido dás algo de novo a ti próprio. Agora imagina que durante esses dias consegues sentir prazer no que estás a fazer e consegues uma ou duas descobertas na rotina. É importante a descoberta porque a tua vida vai-se tornar rotina, como o trabalho do Picasso.
A realização para ti ou para qualquer um, o que é? Será o que mais nos pode aproximar uns dos outros? Será o que nos faz querer conversar?
Sabes, chega uma altura em que se abranda, começa-se a viver a vida com outra "velocidade" e a olhar o sucesso, não como uma forma de afirmação pessoal, mas como uma forma de realização interior. Tu sentes por dentro que te estás a realizar, sentes para ti, não precisas que to digam, sabes quando o teu "trabalho" está a ser...


Um sorriso.

06 novembro 2006

E sabes qual é o problema? O problema é que depois não consegues dizer isto às pessoas...

Lachrimae pavane

Flow my tears, fall from your springs!
Exiled for ever, let me mourn;
Where night's black bird her sad infamy sings,
There let me live forlorn.
Down vain lights, shine you no more!
No nights are dark enough for those
That in despair their lost fortunes deplore.
Light doth but shame disclose.
Never may my woes be relieved,
Since pity is fled;
And tears and sighs and groans my weary days
Of all joys have deprived.
From the highest spire of contentment
My fortune is thrown;
And fear and grief and pain for my deserts
Are my hopes, since hope is gone.
Hark! you shadows that in darkness dwell,
Learn to contemn light
Happy, happy they that in hell
Feel not the world's despite.


Jack Dowland

01 novembro 2006

ProfundisCrónicusMundisSisudus

Agora vou pregar aos peixes, porque realmente pouco interessa o que cada um de nós diz, pesa isso sim o que cada um de nós faz. Sou homem, masculino. Vivo num mundo dominado por homens e controlado por mulheres. Os homens impõem a realidade e a força e as mulheres valem-se da inteligência e da sensibilidade para conquistar o seu lugar no mundo e para construir os seus pontos de vista. Toda a minha vida combati os lugares comuns mas acabo por ter que me render e dizer ao meu filho que "sim", pois filho, é isso mesmo, tal é a normalidade com que as coisas lhe são colocadas e ele se questiona. Chega a um ponto em que me tenho que questionar sobre o que é a realidade para mim.
Nunca pensei ou observei ou sequer considerei o ponto de vista de dois seres humanos relativizado pelo facto de serem de sexos distintos. Nunca me ocorreu, talvez por viver entre seres humanos inteligentes que a inteligência ou o descerenimento fosse uma questão de sexo. Profissionalmente nunca fiz distinção entre nenhum e acho que vivo uma época em que as partes estão envolvidas numa guerra um pouco cega onde se começa a identificar o sexo com outras qualidades. E guerra será enquanto não percebermos que há mais pontos que nos aproximam que os que nos separam.

Estou farto e cansado. Não me oponho a ninguém. Não tenho culpa se os fracos leitores de livros sagrados tentem distorcer o que leram e tentem impor a imagem que já tinham antes de ler o "tal" livro. Não leiam mais livros fazedores de opiniões, venham cá a casa, conversem comigo e deitem essa treta para o lixo de onde nunca devia ter saído. Expliquem-me por que raio estou eu em guerra se eu não fiz nada nem quero fazer para incomodar ou entrar em conflito com quem quer que seja.

Homens, mulheres, homens, mulheres... Que seca. Considerem por um segundo se alguém terá alguma culpa pelo facto de um seu ascendente ser um criminoso qualquer. Imaginemos que há duas raças de bichos na terra. Os marcianos e os venusianos. que culpa tem um marciano se um "bronco" da sua raça é bronco? E um venusiano?
Eu consigo compreender o sinal dos tempos, vivo com ele e adoro-o. Calhou ser homem. Se fosse mulher podia ter mais orgasmos. Essa é a diferença.

28 outubro 2006

"Hyper Ballad"



we live on a mountain
right at the top
there's a beautiful view
from the top of the mountain
every morning i walk towards the edge
and throw little things off
like:
car-parts, bottles and cutlery
or whatever i find lying around

it's become a habit
a way
to start the day

i go through this
before you wake up
so i can feel happier
to be safe up here with you

it's real early morning
no-one is awake
i'm back at my cliff
still throwing things off
i listen to the sounds they make
on their way down
i follow with my eyes 'til they crash
imagine what my body would sound like
slamming against those rocks

and when it lands
will my eyes
be closed or open?

i'll go through all this
before you wake up
so i can feel happier
to be safe up here with you



Bjork



Não sei cantar como a Bjork mas vou...

"Vivemos numa montanha, mesmo no cimo, a vista é maravilhosa no cimo da montanha... Todas as manhãs eu caminho para o precipício e atiro pequenas coisas tipo: partes do carro, garrafas e talheres ou o que encontro por aí...

Tornou-se um hábito, uma forma de começar o dia.
Passo por isto antes de acordares para me sentir mais feliz por estar segura aqui contigo.

É mesmo muito cedo, de manhã, estão todos a dormir. Estou de volta ao meu penhasco, a atirar coisas. Escuto o som que fazem enquanto caem, sigo com os meus olhos até se estatelarem.
Imagino o som que o meu corpo faria esmagando-se contra essas rochas... E quando ele "aterra" os meus olhos estarão fechados ou abertos?

Passarei por tudo isto antes de acordares para me sentir mais feliz por estar segura aqui contigo"



Ser uma mulher...

25 outubro 2006

A. said...

Entre memórias e saudades...meio atada a um passado...reajo,e torno a viver.
São caixas por fechar que não deixam fluir os momentos,e amarram amores que não existem ao amor que queriamos...porque queriamos imaginar ter.
Perdi...perdi-me do tempo,perdi por não saber sair á hora de fechar
...e esperava o toque,e uma palavra,o On e a linha...e doía ainda mais a nódoa que de negro se pisava.
Olho á volta com os olhos de quem já vê...com olhos de quem quer ser
...e entrar por dentro da paz sentida na solidão de agora.
É só longe da sede de tudo o que fui bebendo...que sacio a calma que está logo aqui...quase que se toca,quase que se ouve...e é bom saber que a vida só poderá soar melhor desta maneira assim.
Cuidado comigo.Cuidado com o meu Amor...aquele que sobra e ainda me resta...porque ao outro,é tempo de o ver seguir,acenar...não cair no canto em que chorava por fingir a despedida...e guardá-lo de forma branda pra o voltar a ver um dia com os meus olhos de rir,com os meus olhos de quem segue outro caminho...com olhar de quem já sabe que a hora nunca foi a nossa.
Alma de quem tudo de bom ainda te deseja....mas que agora espreita a rua em que me viste...e vai.
_____________________________

14 outubro 2006

Contemplar V (revisto e diminuido)

Observo a minha fotografia adolescente...


Estou na prancha mais alta a desafiar o medo de saltar para um quadrado de água minusculo que encolhe com o meu medo.







Tenho a boca cheia de algodão e acho que vou apagar esta merda de post


P.S. Deixei ficar a palavra feia porque acho que me dá um ar assim... sei lá... irreverente.

11 outubro 2006

Carta a M.

(sabes amor) poderiamos ficar eternamente a discutir (eu comigo, tu contigo) que tipo de qualidade tinha o amor. Se era do bom ou do mau, se alguém tinha amado melhor ou pior, se demais se de menos, se teria havido mais bem amados e menos bem amados, se num dia assim tinha sido assado, e se noutro já o outro tinha feito de outra maneira; e nem sei se terá feito sentido discutir tanto para chegar a parte nenhuma, porque essa qualidade discute-se para se terem as certezas que não temos; e aquilo que achamos que fizemos pelo outro em silêncio pode não ter sido ouvido, essa é a característica do silêncio e aquilo que achamos que dissemos um ao outro pode também não ter sido ouvido, essa é a característica do som dentro do silêncio.

[(sabes amor) nem sei se estás, estiveste ou estarás alguma vez aqui. Sentei-me de costas para a porta, não sei se entraste se não; não te posso dizer que pouco me importa. Se te abri essa porta, esta que teimei sempre em manter fechada, foi para que visses que as almas de bonito podem ter alguma coisa, mas são cruas e são assim; custam a ver, eu sei, deixo aqui bocadinhos da minha. Não te posso dizer que pouco me importa: a ilusão de te ter por perto é-me grata. Mas não te incomodes, podes entrar ou sair, ou nem sequer vir; não darei por nada. Nem sequer altero o que aqui escrevo, são anos a falar comigo, já me conheço esta voz, a das cartas que não se enviam.]

(sabes amor) poderíamos ficar eternamente a discutir (eu comigo, tu contigo) mas, se antes não sei se terá feito sentido discutir tanto para chegar a parte alguma, agora que já cá estamos, nessa parte alguma, eu paro. Já sei onde leva esse caminho, já conheço esse deserto que fica para além deste que é, para mim, de desânimo e desespero e de total ausência de esperança. Essoutro é ainda pior, já o conheço, já mergulhei nele contigo, não quero perder-me mais (dentro da minha cabeça) em tempestades de raiva e de recriminações e de respostas a acusações e de labirintos cada vez mais apertados cujos centros não passam de uma amálgama de ódios à posteriori. Não é isso que eu quero, não é nada disto que eu quero mas dentro do que resta, não vou por esse caminho. É um caminho mais fácil, claro. A raiva mexe connosco, tira-nos da imobilidade da tristeza, oferece a energia rápida que parece ser a mais necessária para andar com a vida para a frente. É ilusória, essa facilidade, essa rapidez. Desfaz-nos por dentro, refaz-nos piores. Eu sei. Já lá estive. Não é isso que eu quero.O que eu quero é que fiques debaixo da minha pele, permaneças imutável em recordações felizes ou tristes, mas serenas. Quero guardar tudo o que foi absurdamente feliz. Quero-te por osmose, dentro da alma.

E é isso que vou (aqui) fazer.


(roubado aqui)

07 outubro 2006

... time to die

...poderá ser como o silêncio,como a não presença,como fragilidade,como omissão.a morte poderá sempre ser como a inércia,a apatia,como uma mudança profunda...como o esquecimento do significado da própria existência.é como o sentido que tantas vezes damos à vida e ao mundo em que vivemos...chegamos,lutamos e rendemo-nos quando morremos.mas também posso pensar que morrendo,o sentido dado à vida não deveria morrer...deveria sempre ficar no nosso lugar...deveria ficar por nós.



A.

03 outubro 2006

sobre a estética

jlhcv lkhhflksdh khkhfkhçf jçgjad lj jjfjfropére eirje u3i 3i isdjç sdçsdj d sahfvçadfh hfdhçkqfh fhrfh rf dfçksdfhçskdfhç kd hrfkçjdhf kçdfh hfkfj hfçdfh fçdfºjw dkh dhf d dfkdfhehf efhdhf çedh e h eçh eh ç eh ef e oef oer ehr jehç e~q+ow-df-SDHFksdfj jdfç hçdh çdh jhf çkdjhf çjkfh dçfh dfh kjhf hf kjhfjh fh çfh


São as teclas que ficam mais perto do centro do teclado. Ou melhor, imaginando duas zonas distintas, uma para a mão esquerda, outra para a mão direita, são as teclas a que se acede mais depressa....

02 outubro 2006

Hoje

É claro que recordo quase todos os diálogos do "Blade Runner" de memória, mas hoje não é dia para depressões e geniozinhos de bolso, por isso...

Out of Africa
Peço desculpa de antemão pelas incorrecções e erros mas gostava de citar um diálogo do filme, entre a Merryl Streep e o Malick Bowens, após um dos bois ter sido atacado e morto por um leão e o leão ter sido bravamente afastado pela baronesa:

- You does not have this ox, the lion does not have this ox, God is happy mom'sa, He's playing tricks on us...





Trutina Hermetis

29 setembro 2006

Varanda said...

A minha natureza obriga-me a sorrir, OBRIGO-ME. Não há volta a dar. Não tenho tempo para sofrer, a vida é demasiado curta e eu não tenho tempo.Há demasiadas pessoas que eu amo neste mundo e tenho tão pouco tempo para estar com elas para andar a perder o meu tempo com o que me magoa. Não posso, não tenho tempo para isso. Já me basta ter que trabalhar... Não tenho tempo para me destruir, não posso, preciso de mim assim para poder ter disponibilidade e tempo para o que me interessa. Sou demasiado egoísta para pensar em quem não me ama ou em quem não sabe se me ama ou em quem pensa que me ama ou em quem quer que eu pense que me ama. Se eu fosse perder muito tempo com quem não sei o que é que eu ia dizer a quem eu sei? Como ia explicar que me andei a destruir e a ouvir silêncios e equívocos? Não é uma questão de prioridades, é uma questão de tempo...

(desculpa a inconfidência A.)

25 setembro 2006

Dependência

O que vou poder dizer sobre este assunto?
A imagem que me ocorre é a de algo pantanoso, peçonhento, um polvo que nada num lugar para onde não quero olhar.
Porque me apeteçe "despir-me" do que sinto em relação a isto?

Sinto-me castrado, impotente, há uma revolta surda, um bater descompassado, um entendimento silencioso. A palavra que sobrevoa é vergonha. Sinto-me envergonhado. Parece que a "espiral descendente" de quem me ama é minha responsabilidade. Não vale a pena repetir-me que não, que cada um é responsável por si mesmo, que não posso fazer ou modificar as escolhas de cada um. Parece sempre que ficou algo por dizer, algo por fazer, um abraço que iria modificar tudo...
Alguma vez vou ser capaz de olhar para a cara de quem depende de ti, falar-lhes sobre o que tu fazes e dizer-lhes que não presta? Que tu não prestas, quando eu sei que tu prestas mas não lhes podes dar felicidade porque não és feliz? Não trazes felicidade dentro de ti, trazes dor, trazes dependência de outra coisa, não deles, não do que eles precisam, não da sua "dependência".
Porque é que estamos sempre a pensar em culpa ou a não querer pensar neste assunto? A pensar noutra coisa qualquer?

Onde está a resposta para a dependência? Como é possível eu entender que alguém se queira destruir, suicidar, desistir... no entanto entendo, é como adormeçer, não querer acordar, um dia atráz do outro dia. Olho para uma parede, fecho os olhos, algo me abraça e aqueçe. Faz esquecer a merda onde estou, a merda em que dia após dia me tornei. Aquilo que eu sei que não quero mas não consigo deixar de olhar para a parede. Odeio a parede mas odeio-me mais a mim, dói-me que ainda haja quem me ame, não quero desiludir mais ninguém...


Como vou conseguir escrever sobre isto?

Contemplar IV

Sunken and buried TREASURES

Foto: P.P.

Contemplar III


Foto: P.P.

Contemplar II


Foto: P.P.

11 setembro 2006

Contemplar I

____________________________
Estou de pé, olhos fixos num ponto vazio, a rever mentalmente cada momento.
Correr, acertar o passo para encontrar o limite da ponte. Chamada, impulsão, impulsão, prazer... Enrolo, mas não me apercebo da alternância de azuis: céu, mar, céu, mar... não me lembro... acho que nesses momentos o corpo tem vontade própria, está em movimento devido ao impulso que eu lhe dei e á trajectória que lhe impus.
Algures enquanto giro sinto que chega o momento de parar, há um impulso que vem de dentro e me diz "abre". O movimento de rotação torna-se mais lento, sinto-me quase uma pena em queda e acerto a trajectória para "entrar" direito.
Mergulhar...
Sentir a frescura e o borbulhar do mar a fazerem-me cócegas na pele. Sentir alívio como se respirasse fundo. Volto á tona, olho para cima e subo as escadas. Mãos nas ancas, olho para dentro. Ainda não consigo pensar em nada.

Quieto, o azul do céu vai-se tornando mais nítido, tenho um sorriso nos olhos, sinto prazer como se acabasse de saltar...
Este corpo já não dá para saltos destes mas por dentro acarinha a memória do salto tornando-o mais belo e mais amplo. Foi o corpo que me deu o movimento, é o corpo que me ajuda a dançar.
Vive comigo. Cresce comigo. Sempre comigo, ao meu lado, debaixo de mim, por fora de mim. Tem sido eu, mostra-me no espelho o que os outros pensam que sou, a minha janela para o mundo. Tem-me ajudado a crescer e, pouco a pouco, vou deixando de precisar dele.

Qualquer dia dispo-o, sento-o sossegado no sofá da minha varanda virado para o mar, roubo-lhe o olhar e o abraço, dou-lhe um beijo e abandono-o.

01 setembro 2006

Askim

____________________________
"Os milagres não acontecem aos dezasseis anos.Nem aos dezoito,nem aos vinte, talvez nem aos trinta.E quanto á felicidade,essa coisa intangível,começam a fazer sentido as palavras... "vers laquelle on se hâte lentement."
Apressamo-nos,de facto...mas lentamente.
Se alguém me tivesse mostrado o futuro,decerto muitas lágrimas teriam sido evitadas.Mas viver sem lágrimas não é viver.O sentido da montagem humana só vem se formos ao encontro do que nos espera,na certeza de que tudo na vida tem o estigma da caducidade.
Só amar não acaba."


Frederico Lourenço.

08 agosto 2006

S. Pedro do Estoril

A estação de comboio tinha uma passagem de nível muito a proveito de quem estava do outro lado da linha e aproveitava o facto de haver uma estação e uma passagem com movimento de pessoas. A ver: um centro comercial, três restaurantes e uma loja de conveniência.
A passagem fechou e estamos no verão. Não há pessoas que queiram gastar. Não há pessoas sequer. Um dos restaurantes estava com os donos á porta, o centro comercial... não sei se volto lá a entrar, para deprimente já bastam os meus post's. A loja, a loja... Entrei para ver se havia fruta, leite do dia e cerveja. Não havia fruta, não havia leite do dia e reparei num pormenor interessante, a caixa registadora tinha a gaveta aberta e nem moedas nem notas. Os donos da loja tinham idade para serem meus avós (e eu já tenho idade para ser avô). Mesmo assim reparei que havia alguma animosidade entre eles, ambos com pele de parafina, ambos com calor e vestidos com um "pijama" fresco e ambos com um olhar de quem busca. Olhos fixos nos meus olhos, seguindo o meu olhar, fixando-se nos pontos da casa que eu via pela primeira vez e que para eles é familiar.
Paguei com alguma hesitação porque o fazia para uma caixa sem troco...

Não sei a partir de que compromisso é que se deixa de estar disponível para mudar ou se pode pedir a alguém que mude mas, por outro lado, não acho que a incerteza da mudança nos deva bloquear o espírito. O que é que eu vou fazer quando deixar de ter o rabo virado para a lua? Vou ficar á espera que voltem a abrir a "passagem"? Quantas pessoas eu conheço que não querem que o tempo mude? Eu quero que o tempo mude?

Enfim, de uma coisa eu tenho a certeza. A passagem de nível não volta a abrir.

05 agosto 2006

A Alma

21 Gramas, dizem. Acho que por um lado é bem mais leve e por outro pesa muito mais.
Ás vezes flutua como o saco de plástico do "American Beauty" sem rumo, com a leveza e uma beleza própria do espírito que está por dentro. Gosto de olhar a forma como certas pessoas "saltitam" na vida em certos momentos. Parece que nada as prende, nada as faz olhar para trás ou para baixo.
Sobretudo está cheia de lugares que são a nossa vida escrita como um livro. Podemos sempre folhear e ver as várias pessoas que somos conforme os momentos e os estados interiores.
Há folhas que estão sempre visiveis e que passamos a vida e ler, a querer repetir, sem nos apercebermos que foi escrito num tempo que não volta a passar.
Há páginas que não entendemos muito bem e outras que não queremos ler, que evitamos, que são de tal forma confusas que parecem escritas noutro livro, no livro de outra pessoa que não queremos ser, chegamos ao ponto de as querer arrancar como se isso fosse possivel, como se elas não fizessem parte de nós...
Entretido a ler o livro, penso que passamos mais tempo a lê-lo do que a escrever, ou quando reparamos que o livro tem mais umas páginas escritas nem nos apercebemos de o ter feito.

Tenho saudades, tenho saudades, gostava de ser filho outra vez, gostava de falar contigo outra vez.

13 julho 2006

O Sucesso

Conheço pessoalmente poucas pessoas que possa dizer que são bem sucedidas e conheço ainda menos pessoas que toda a gente sabe que são bem sucedidas. Destas posso dizer que são uma inspiração para mim e para o modo como quero que os meus filhos cresçam. É com um sorriso e um "sentir-se importante" que digo - Fulano de tal? Sim, sim, conheço, é uma pessoa muito gira e tal... - e digo-o com uma leveza que pareçe que pessoas bem sucedidas nascem debaixo das pedras, ou que nascem assim: bem sucedidas. Esta afirmação de conhecimento funciona mais como uma auto-promoção, no fundo sinto-me importante por conheçer pessoas bem sucedidas.

A maior parte das pessoas que ouço falar sobre o sucesso dos outros fá-lo como se o sucesso seja uma coisa que depende do ar, ou da côr do mar e das estrelas. É sempre algo que não depende de quem é bem sucedido: Sorte, evidentemente... para ti é fácil, imagina se fosses como eu...
No fundo temos inveja dos sucessos dos outros porque desejamos esses sucessos para nós e não nos sentimos capazes de trabalhar para eles.
Eu disse trabalhar??? Devo estar louco. Não é trabalho, eles já nasceram assim, com jeito para cantar ou dançar ou para estudar...

Aprofundando... o pouco conhecimento que tenho de pessoas que toda a gente sabe que são bem sucedidas faz com que saiba que o caminho para o sucesso é dificil e muito penoso. É feito de altos e baixos, de muito suor e luta, lágrimas e alegrias, sofrimento, persistência e muita fé, cair, levantar, cair, levantar... É um caminho solitário e a maior parte de nós não está disposto a percorrer esse caminho. Por isso é que o sucesso "bate" a tão poucas portas.

Dedicado a A.

02 julho 2006

Moon Phase

Meio aluado, tenho na cabeça todas as alterações que devo fazer ao programa mas não está fácil "desemburrar".

Tenho na cabeça algumas alterações que devo fazer ao meu dia-a-dia, aos meus sorrisos, aos meus amores e desamores, ao meu "peso", inércia, preguiça mental...

Bate um sino por dentro, como o lento vai-e-vem de um pêndulo, indolente, monótono.

Olhos! Abre os olhos e vê, entra nos olhos que não se fecham para ti.

Comunicação, compromisso, tapa os ouvidos, fecha os olhos, abre a boca... E depois vira-te, num grito, de dentro para fora.

23 junho 2006

Filhos

O que é que eu lhes digo???

Tenho a sensação de que a vida é uma sucessão de espelhos. Vejo hoje por dentro o que antes vi de fora.
Dá que pensar, será que a visão maniqueista que tinha do mundo enquanto adolescente confrontada com o que penso hoje quando olho para os filhos pode ser extrapolada para a visão que tenho das outras pessoas?
Complexidade interior versus simplicidade exterior...
É que aqui não há génios (pelo menos neste blog não há), estou seguro que cada pessoa que vejo na rua tem o mesmo mundo interior que eu. Igualmente complexo, igualmente cheio de contradições e ansiedades. A diferença é que eu conheço o meu.

Que raio quererá dizer educação?

17 maio 2006

Exantema Súbito

Quando temos filhos as nossas perspectivas em relação ao mundo mudam bastante.
Nunca tinha dedicado mais de dois minutos a pensar que há pessoas que sofrem de problemas relacionados com a saúde.
O meu matulão começou a aparecer todo sarapintado.
Da posterior leitura que fiz apercebi-me que as alergias são uma das doenças (se se pode chamar assim) que mais têm evoluido nos ultimos anos, de tal forma que se tivessem consequências (ainda) mais graves estariamos a falar de uma verdadeira epidemia.
Podemos pensar em alergias como uma doença de "costumes" ou seja: é consequência de a sociedade ter evoluido de uma forma cada vez mais asséptica, com um novo tipo de "contactos" a que as pessoas estão sujeitas e que pelo facto de viverem em cidades não estarem preparadas para eles. O nosso organismo "engana-se" e pensa que está a lidar com uma ameaça muito maior do que ela é de facto, atacando essa suposta ameaça de uma forma desproporcionada...

- E isto tudo para quê? - Pergunta o meu único leitor. Passo a explicar:

Uma das teorias sobre alergias diz que uma das formas de as combater seria ter na sala de sua casa um porco e uma vaca.

Força.

12 maio 2006

Despido

Sinceramente alguém me poderá dizer se é suficiente amar profunda e convictamente e ser-se igualmente amado para se ter sucesso numa relação a dois?

24 abril 2006

Aninette

Foi hoje a festa de aniversário do quarto ano de vida do meu matulão (espadaúdo como o pai) achei-o tristonho e pouco feliz. Da escola dele foram apenas 2 (dois) dos colegas de turma mas felizmente que enchemos a sala com amigos extra-escola.

Xiricu said... Óh pá, que pena, deves estar mesmo t'iste.

Pititi said... Não fiques t'iste... ainda conseguiste apanhar dois ;9

Lálálá said... Ainda me lembro da festa de 28 anos do Fi, só conseguimos trazer uma coleguinha do estaleiro dele. Sei lá, ficamos t'istes... Mas vais ver que para o ano vamos conseguir melhor. Não desanimes, nem que tenhas que vir morar para cá que a gente vai á festa...

Um dos animadores do "evento" estava a tentar acertar com uma bola na abertura de um dos aparelhos de brincadeira dos putos. Por momentos pensei que estava a tentar eliminar os poucos que se atreveram a festejar o poker de anos do matulão. (coisas minhas)...
A meio da coisa a mãe dele (do "poker", não do animador) perguntou se não era suposto haver animação, o que levou a sonora aparelhagem a tocar por 15 segundos e um rapagão feito, com um extenso rabo-de-cavalo a saltar e fazer aerobica por 14 segundos... Ena... foi vê-lo molhar a T-shirt.
No fim deixar-me-iam trazer o bolo de anos (que se esqueceram de abrir) para casa mas eu achei que estava cheio de quimicos alucinogéneos e ficou lá. Se calhar para gáudio do "crinas" e Cia.
No fim do fim os pequenitos não se queriam vir embora com excepção de um lindão (um dos 2 (dois)) cuja mãe estava retida na bicha do passeio dos alegres e pedia que o levassem de maca dali para fora.
Por momentos pensei no programa Erasmos ou coisa que o valha, para fazer intercâmbio de filhos. A mãe do que queria vir embora ficava com o meu e eu ficava com a mãe do.... peraí, não era assim... O meu ficava com a mãe do que andava aos saltos e o que andava aos saltos ficava com a mãe do... Também não.
(estava aqui distraido a pensar no titulo desta coisa e deixei-me ir...)
Tenho que ter uma conversa com o meu patrão para lhe pedir que me baixe o ordenado por forma a não ter problemas sobre a escolha das festas de aniversários dos meu filhos. Faço um almoço num descampado de monsanto, digo a cada um para trazer o que comer para si e para os outros (um franguinho assado e um garrafanito) e bora lá que é festa. Assim como assim (assim com'á sim) os meus amigos vinham na mesma, os amigos dele não vinham na mesma, a mãe do lindão chegava de maca na mesma e a mãe do... (chega!!!)

19 janeiro 2006

Os Meus Amores

Há gestos que apreciamos e sorrisos que nos fazem sorrir. Há expressões e movimentos que nos atraem e quando a atracção é mútua nos deixa plenos de felicidade.
Um mundo de inocência e disponibilidade para amar.
Há quem nunca tenha visto o olhar de quem o ama a olhar de volta para si e se lembre de fazer definições de amor.
Não sei se será maior a recompensa de quem ama ou a de quem é amado.
Ou sei...
Sei que tenho crescido com o amor que dou e recebo dos outros. O meu ego vai-se alimentando e o meu dia-a-dia é menos antipático com a recompensa do que sinto em mim mesmo por amar.

Compreendo na minha vida que tenho muito mais a ganhar do que a perder se deixar bem claro na minha relação com o mundo que amo as pessoas que amo e que me amam e que odeio as pessoas que não amo ou não me amam.
Não admiro mais ninguém.
Tão simples, sem stress e sem "vamos fazer amor".

03 janeiro 2006

Choque Tecnológico

Finalmente parece que o mais velho começa a aceitar que tem mais alguém cá em casa para partilhar a atenção dos pais.
Dei-lhe uma palmada no rabo e atirei-o para cima de um sofá no dia de Natal. Como se faz aos cães...

Antes de planear ter filhos negociei com a mãe que era para os estragar com mimos...

A palmada não lhe fez nada senão magoá-lo mas o vôo interrompeu a confusão que ia na cabeça dele e tornou-o mais receptivo ao espírito natalício próprio da quadra...

(chamem a polícia)

A sério:
Antes de ter filhos era da opinião que eles teriam que ser disciplinados e portarem-se sempre bem, fosse nos restaurantes onde eu orgulhosamente entraria e sairia com todos, fosse nos encontros familiares onde seria elogiado quer pelo aprumo quer pela limpeza das roupas e cara dos pequenos, sempre educados e simpáticos, até solícitos para as osculações de qualquer um que ache que os miudos são para sorrir, "dá beijinho" e adeus...
Nunca gostei de putos. Tenho testemunhas das minhas atitudes onde fui claro que antes ficar em casa a ver televisão do que ir seja onde fôr onde esteja uma criança a berrar ou a ser impertinente.
O processo que leva a planeá-los fez-me mudar de perspectiva. Optei por trazer ao mundo crianças cujos pais terão problemas quer elas existam quer não...

Sinto-me profundamente magoado com o facto de existirem pessoas no século vinte e um que não planeiem estar uma semana, um mês ou um ano sem tocar com um "dedo" no puto.

Tenho a certeza que ele estaria mais disponível para a "informática".
Provavelmente uma das pessoas mais preguiçosas que poderá ter o desprazer de conhecer...