Despido de preconceitos e ideias preconcebidas. Tal como a vida.

16 novembro 2010

era uma vez uma musica

que flutuava no ar como se a não fosse possível alcançar

pairando ganhava consistência e corpo. ganhava vontade própria

gente fez filmes sobre essa musica e inclusive diziam que se poderiam ouvir a si próprios e que tudo seria menos complicado por a ouvir

(tenho saudades da minha ilha e tenho muita vontade de ver a minha praia à noite)


nos tempos que correm as musicas têm pouco mais que cinco minutos e cinco minutos é muito pouco para se realizar o que quer que seja.
mais uma vez o esforço será interior e do próprio para conseguir prolongar essa musica uma vida inteira

um passo e outro leva a outro que está logo a seguir. logo logo vem outro. o que se espera e deseja. momento leva a outro momento sem certeza seguro. e outro. cheguei aqui... vou para trás ou para o abismo? complicamos o simples, o certo.
agora já não sei, já me empurrei para um... cada vez é mais complicado voltar. cada vez mais dentro do que não conhecia, cada vez com menos convicções, excepto uma, a que me leva para a frente


ao menos que saiba dançar

a acha

e a fogueira

sem mais, esforço-me por escrever.
pouco mais posso fazer para me sentir eu

25 outubro 2010

como quem vai dormir

temos uma coisa cá dentro, um vírus bom. agora que está tão na moda o mal que se faz aos meninos, retraímos-nos de fazer o bem.

esperamos que seja mais simpático ou que haja um momento para os mandar ir por aí, para olhar para o seu maior interior. a crescer. inibimos-nos de usar expressões como "ser um homem", que homem poderiam ser? quão criticado ou diminuído com essa ideia

vá, vá lá, digam como se deve agir e como se deve ser, mas digam-no tão completamente para eu poder tão completamente vos mandar à merda e saber exactamente o que vou ignorar para não ser a trampa que são e para poder ser livre das prisões que querem impor

09 outubro 2010

.

.

em cada gota, em cada pingo

em cada um escuto

um por um

.

.

26 agosto 2010

lalalala

sou tão pezudo, sou tão sem jeito, sou tão nem sei, sou tão um bicho

sisudo, bichudo...

envergonhado sem um sorriso, tudo sem entroiteneito... sem desmontar este sem peito.

bla bla agora fico

aqui estio aqui fabrico

06 agosto 2010

do mesmo



com o ar mais acolhedor me dizes o quão agradável é estar comigo quando não estás comigo
simpático seria dizer o mesmo à frente dos meus olhos...

Sim, isso é que seria uma verdadeira emoção, tipo fixe...



04 agosto 2010

ossos

sentado no chão só queria estar abraçado
estático emagrecer quieto o suficiente para não sentir qualquer tipo de desconforto
queria deixar de existir o tempo suficiente para não sentir nada de nada

queria desaparecer pele a pele até me desmembrar e cair em ossos no chão

um e outro não me fariam falta

num abraço tão completo que existir não seria sentido



só queria estar sentado no chão abraçado a ti

01 agosto 2010

e

embora se diga que os verões estão mais amenos e os invernos menos rigorosos do que quando éramos novos, parece-me que com a idade os extremos se suavizam com mais facilidade



.

26 julho 2010

O...

- foste à procura do teu eu?
- fui.
- sozinho?
- sim.
- levaste o teu livro?
- levei.
- e leste?
- claro.
- tiraste a roupa?
- tirei.
- viste o mar?
- estava mesmo à minha frente
- tomaste banho?
- estava frio

- então foi isso...




21 julho 2010

the greatest

atendendo ao que me é dado ver a imagem de um amor ainda atrai. parece que ainda tenho motivos para me considerar uma pessoa boa e com argumentos de paixão.

agrada-me esta imagem de mim próprio mas pouco tenho que me realize nesse tema.


quando é que percebi que tinha que fazer a viagem em caminho inverso, realista? não sei, mas que percebi percebi.
comecei por me considerar a pessoa mais interessante do mundo. tipo deus, "the greatest" e comecei a recuar pouco a pouco. um bocadinho menos, outro pedaço e outro, até chegar a um ponto mínimo. depois comecei a perceber que não estava no ponto certo, alguma coisa mais seria de esperar do mundo que me rodeia senão não vale a pena coisa nenhuma...

dei um passo apenas
se este passo não der nada volto para dentro

não vou arriscar o meu corpo contra a pancada que me magoa


outra vez

20 julho 2010

amor é

desalento

o amor é o que temos, e temos para dar
o amor é o que não temos e nos pedem para ter. para dar

o amor é descobrir, em cada momento o que já nos esquecíamos. para dar

amor é lamento,

02 julho 2010

não comunico...

pele, encolho-me no passar. finjo que não te estou a ver, quase sem notar o teu olhar nos meus olhos

fugaz, num momento tudo em ti é tu, a mão que aponta, a cara que sorri, o sobrolho que franze. o gesto que trás o corpo atrás. tu és tu completamente. o movimento, movimento...

olhas para mim e tentas que escute o que me dizes tão veementemente. talvez se escolhesses outro dia te ouvisse, mas agora não. agora tu falas mais alto do que tu e não me deixas ouvir o resto...

talvez mais tarde. talvez mais logo. mais logo quando estiveres a dormir, escuto-te. escuto o teu respirar ao meu lado e deixo-te entrar em mim.

10 junho 2010

dagger




questiono-me recentemente sobre o que tenho feito com a minha vida. ou o que vou fazer. sinto-me cada vez menos como um desafio, mais como um apoio.
tendo a estar menos desapontado com o que sou. mais activo. será essa a causa?
quando deixo de sentir que sou perfeito começo a ser menos imperfeito?

cada vez sinto um maior impulso para ser uma referência, uma estrutura para quem me ama se apoiar, para eu me apoiar no que dou, receber de volta.

aceitar as feridas que me dá quem não é perfeito mas amado

será isso? continuar a perguntar sem saber, sem ser? papeis pelo ar, o pó

agora quero paz e vou negociar na minha cabeça. já não sou muito novo e vou aceitar isso mesmo. vou sorrir ainda mais para colmatar a minha falta de atenção, o meu esquecimento. vou tentar superar o que esperam de mim com o inesperado, o irresistível, o surpreendente

coisas...

16 maio 2010

agora

mas agora estou bem. imagino que haja quem nem por isso mas não é para já problema meu...


hoje fui à feira e ao livro, cumprimentei vários escritores como se fosse um leitor e um ou outro me devolveram o cumprimento. para génios ficamos por aqui e para génios também.


é como o dinheiro, quando há "fixe!" quando não não há "shit!"



não, estava a brincar comigo, hoje estive todo o dia a ver-me na TV. sou o Papa...

12 maio 2010

existirão sempre duas hipóteses muito claras numa vida

ou aceitar o que existe tal como está ou ter energia para mudar o dia-a-dia

imagino que essa energia poderia transbordar, mas isso seria outra conversa, conversa



muito cuidado com essa conversa...

02 maio 2010

Sem motivo

sem saber
sem ter qualquer conscienciencia do que podes sentir por eu sentir escrevo

estar menos bem é normal para quem tem que estar sempre bem. estar menos "normal" menos "ok, tudo bem?" quando não existe a forma de ser menos.

alimentamos o estar bem ou resolver as "coisas" sem grandes agitações até sentir que não chegou para resolver nada porque existem planos dos estados de vida
cada plano como uma caracteristica de ser sou


nem sequer persistente

19 abril 2010

de que lhes vale que os pais sejam diferentes ou loucos em relação aos seus amigos quando são tão pouco funcionais em relação a eles

sorrisos???


olha, dá-me mas é um abraço e deixa-te dessas coisas do entendimento

31 março 2010

ninguém é quem queria ser




somos a fachada de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa porta
quando formos velhos, se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão?
de olhos na falésia espera pelo vento
ele dá-te a direcção

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
(...) é quem queria ser
eu queria ser ninguém

a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver um mundo feito um velho arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer?
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
(...) é quem queria ser
eu queria ser ninguém

diz-me se ainda esperas encontrar o sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido
não tens de olhar sem gosto nem de gostar sem ver
ninguém é quem queria ser...



Manuel Cruz

quem sabe




quem sabe eu nem vos quero bem
quem sabe eu nem sou ninguém
quem sabe eu nem sei quem
quem sabe eu sou quem queria ser
quem sabe eu nunca o vou saber
quem sabe eu sou bem melhor
quem sabe o medo é a minha cruz
quem sabe o medo é o meu motor
quem sabe o medo é luz
quem sabe eu não estou só a tentar
desesperadamente uma razão
para seguir ou para não parar

pois tudo se passa...
...sem eu ver

tudo se passa

sem eu ver.




Manuel Cruz

29 março 2010

heligoland







It's unfortunate that when we feel a storm
We can roll ourselves over 'cause we're uncomfortable
Oh well, the devil makes us sin
But we like it when we're spinning in his grip

Love is like a sin, my love,
For the ones that feel it the most
Look at her with her eyes like a flame
She will love you like a fly will never love you again

It's unfortunate that when we feel a storm
We can roll ourselves over when we're uncomfortable
Oh well, the devil makes us sin
But we like it when we're spinning in his grip

Love is like a sin, my love,
For the one that feels it the most
Look at her with a smile like a flame
She will love you like a fly will never love you again

25 março 2010

sabemos tão bem os factos e os actos de quem faz algo terrível ou negativo e tão pouco de quem ajuda ou protege, quem dá algo ou bastante mais que o normal (o normal para ele não o é para os outros) que estamos a apontar a forma como alguém se pode fazer notar

24 março 2010

à toa

e prestes a mudar a hora outra vez acho que me dei mal com esta hora, muito fria, molhada, tentado a escrever palavrões para dar aos meninos uma boa razão para não lerem porcarias... órgão, órfão, estêvão, vìrgülá...


porra
Provavelmente uma das pessoas mais preguiçosas que poderá ter o desprazer de conhecer...