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Estou de pé, olhos fixos num ponto vazio, a rever mentalmente cada momento.
Correr, acertar o passo para encontrar o limite da ponte. Chamada, impulsão, impulsão, prazer... Enrolo, mas não me apercebo da alternância de azuis: céu, mar, céu, mar... não me lembro... acho que nesses momentos o corpo tem vontade própria, está em movimento devido ao impulso que eu lhe dei e á trajectória que lhe impus.
Algures enquanto giro sinto que chega o momento de parar, há um impulso que vem de dentro e me diz "abre". O movimento de rotação torna-se mais lento, sinto-me quase uma pena em queda e acerto a trajectória para "entrar" direito.
Mergulhar...
Sentir a frescura e o borbulhar do mar a fazerem-me cócegas na pele. Sentir alívio como se respirasse fundo. Volto á tona, olho para cima e subo as escadas. Mãos nas ancas, olho para dentro. Ainda não consigo pensar em nada.
Quieto, o azul do céu vai-se tornando mais nítido, tenho um sorriso nos olhos, sinto prazer como se acabasse de saltar...
Este corpo já não dá para saltos destes mas por dentro acarinha a memória do salto tornando-o mais belo e mais amplo. Foi o corpo que me deu o movimento, é o corpo que me ajuda a dançar.
Vive comigo. Cresce comigo. Sempre comigo, ao meu lado, debaixo de mim, por fora de mim. Tem sido eu, mostra-me no espelho o que os outros pensam que sou, a minha janela para o mundo. Tem-me ajudado a crescer e, pouco a pouco, vou deixando de precisar dele.
Qualquer dia dispo-o, sento-o sossegado no sofá da minha varanda virado para o mar, roubo-lhe o olhar e o abraço, dou-lhe um beijo e abandono-o.
11 setembro 2006
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Intimidade (embora um pouco explicito)
You've got your ball You've got your chain Tied to me tight tie me up again Who's got their claws In you my friend In...
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__________________________ sabes...não deve ser assim. não há máquinas por ali.tem de existir um cuidado maior.o todo faz aquilo que somos.i...
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. Porque... . e porque... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Estou
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costumava vê-la sentada em sítios acima do meu chão, uma pedra (a maior), um banco de jardim cujas costas se apropriavam a um encavalitar, e...
7 comentários:
A sério? Sabes, acho que é da idade: os bicos de papagaio, as varizes... sei lá, ando um bocado lamechas.
Mas importa reter os sitios de onde me veio a motivação para este texto. (As pistas da Blue) Tenho que ler mais coisas de Vergilio Ferreira e prometo que vou tentar escrever um texto mais animado.
Beijo
(ui...?)
Agora á a minha vez de ir passear com o meu amiguinho...
A vontade que me dá é fazer "copy, paste" do teu comentário para a página da frente. É onde ele devia estar, mas por outro lado agrada-me a ideia de sentir que por detrás da capa do meu espaço estar tanta emoção, tanta sensibilidade, tanta delicadeza. Apenas disponivel para quem se quiser dar ao trabalho de clicar e ler. Está por dentro, abrigado...
Não me agadeças, eu é que te agradeço
Beijo
Obrigado pelo elogio e obrigado por teres lido.
Mal enjorcado é que não estava. Por acaso até gostei bastante e ocorreu-me escrever qualquer coisa sobre o que li, mas agora ou desenterras o que estava lá escrito e me mandas ou...
"all those moments will be lost in time like tears in rain"
Bom trabalho, diverte-te
Ora aqui está uma varanda com cheiro a maresia! Muito bom texto, parabéns!
E porque não, eu também, na distancia que entre nós se encheu de coisas, dizer-te que sim, que li e tropecei aqui. E esse ler suspenso que tu sabes ter sido roubado ao tempo, é o que tu quiseres que seja: um presente, um beijo ou apenas o meu amor mal embrulhado.
Um olhar espanhol
Tão dentro de um novo mundo encontro palavras, passos de um contemplar reflectido.
Mergulhar nestas palavras despidas. Grata pela visita à minha humilde fábrica.
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