O que vou poder dizer sobre este assunto?
A imagem que me ocorre é a de algo pantanoso, peçonhento, um polvo que nada num lugar para onde não quero olhar.
Porque me apeteçe "despir-me" do que sinto em relação a isto?
Sinto-me castrado, impotente, há uma revolta surda, um bater descompassado, um entendimento silencioso. A palavra que sobrevoa é vergonha. Sinto-me envergonhado. Parece que a "espiral descendente" de quem me ama é minha responsabilidade. Não vale a pena repetir-me que não, que cada um é responsável por si mesmo, que não posso fazer ou modificar as escolhas de cada um. Parece sempre que ficou algo por dizer, algo por fazer, um abraço que iria modificar tudo...
Alguma vez vou ser capaz de olhar para a cara de quem depende de ti, falar-lhes sobre o que tu fazes e dizer-lhes que não presta? Que tu não prestas, quando eu sei que tu prestas mas não lhes podes dar felicidade porque não és feliz? Não trazes felicidade dentro de ti, trazes dor, trazes dependência de outra coisa, não deles, não do que eles precisam, não da sua "dependência".
Porque é que estamos sempre a pensar em culpa ou a não querer pensar neste assunto? A pensar noutra coisa qualquer?
Onde está a resposta para a dependência? Como é possível eu entender que alguém se queira destruir, suicidar, desistir... no entanto entendo, é como adormeçer, não querer acordar, um dia atráz do outro dia. Olho para uma parede, fecho os olhos, algo me abraça e aqueçe. Faz esquecer a merda onde estou, a merda em que dia após dia me tornei. Aquilo que eu sei que não quero mas não consigo deixar de olhar para a parede. Odeio a parede mas odeio-me mais a mim, dói-me que ainda haja quem me ame, não quero desiludir mais ninguém...
Como vou conseguir escrever sobre isto?
25 setembro 2006
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Intimidade (embora um pouco explicito)
You've got your ball You've got your chain Tied to me tight tie me up again Who's got their claws In you my friend In...
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__________________________ sabes...não deve ser assim. não há máquinas por ali.tem de existir um cuidado maior.o todo faz aquilo que somos.i...
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. Porque... . e porque... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Estou
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costumava vê-la sentada em sítios acima do meu chão, uma pedra (a maior), um banco de jardim cujas costas se apropriavam a um encavalitar, e...
5 comentários:
ainda não consigo comentar, como sabes, estas coisas "saiem do pelo"...
Eu não sei como vais escrever sobre isso... Mas acredito que devias chorar sobre isso. E depois experimenta perdoar-te.O resto não depende de ti.
e no entanto já estas palavras nos tocaram...
mais uma vez fico grata pela visita de quem tão bem entende um Amor maior. Dos medos, tão grandes, que cada tipo de amar tem, e quanto maior é o amor, maior é também esse medo.
Eu é que agradeço. Volte sempre.
Dependencia? Liberdade?
Eu cá nunca serei livre...
Dependerei sempre de alguém para COMER.(entendam como quiserem!)
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