16 novembro 2009

querido diario

ou não tivesse mudado a hora tique, taque, tique, taque, amado, mal interpretado, desajeitado

estou mal comigo mal com quem me sinto eu. preciso de uma inspiração elevada um ego lá onde tu consegues ouvir, preciso de imaginar uma conversa contigo em que te toco. preciso de te emocionar para te sentir perto de mim. algo que ainda não te foi dito ou algo que nunca sentiste. preciso do teu olhar molhado, "uma coisa a querer passar"

não chega mostrar que estou contigo, não é o bastante, tem que ser algo mais. morrer e renascer imaculado, marmóreo, sólido para ti.


silente, transparente, ao teu lado







sei o que é o amor, sei, sei sim, sei porque sei, porque sei. porque sim, porque...

13 outubro 2009

leve, leve




flutuar uma pena

um olhar um conforto pescoço...

antecipo o olhar que adivinho mesmo ao lado



uma pena e outra um olhar (agora ou fecho os olhos ou os dou) de repente me apetece ser lua nem pensar escrever o que me ocorre uma pena não pensar, uma pena assim lá em cima a flutuar em mim


o amor não se diz o amor é nota-se sente-se vê-se flutua uma pena uma imensa pena o amor fotografa-se mas não se diz publica-se expõe-se mostra-se mas não se diz abusa-se dele não se acredita não se acredita nega-se odeia-se arrepende-se mas não se diz ama-se o amor mas não se diz 

nunca se diz uma pena 

facebook

coloquei a minha fotografia no facebook

nada de novo, nada que se evite, sinal dos tempos tive foi o cuidado de cortar a minha barriguinha da altura para parecer mais bonito...

agora tenho que descobrir a tesoura que me corte os caracóis: menos caracóis, vá lá josé, não faças batota

10 outubro 2009

salut




quando eu tento falar com anjos, quando de tão simples o discurso se torna quase desnecessário. evidente.

amontoar palavras para dizer que tenho frio, que tenho medo, que tenho medo.

destemido mas apreensivo. quando o tempo passa e passa outra vez e eu o vejo no seu caminho

o tempo

amargo de boca sonhos a não querer passar ou a empurrar, chega para lá... não te vou sequer tocar quero que me ouças quero que me abraçes sem te pedir que me toques


onde estamos e onde nos colocamos a olhar para a forma como





nos amamos

30 agosto 2009

birthday






She lives in this house over there
Has her world outside it
Scrapples in the earth with her fingers and her mouth
She's five years old

Thread worms on a string
Keeps spiders in her pocket
Collects fly wings in a jar
Scrubs horse flies
And pinches them on a line
Ohhh...

She has one friend, he lives next door
They're listenening to the weather
He knows how many freckles she's got
She scratches his beard

She's painting huge books
And glues them together
They saw a big raven
It glided down the sky
She touched it
Ohh...

Today is a birthday
They're smoking cigars
He's got a chain of flowers
And sows a bird in her knickers
Ohhh...

They're smoking cigars
They lie in the bathtub
A chain of ... flowers




A.

05 agosto 2009

Immature




How could I be so immature ?
To think she could replace,
The missing elements in me,
How extremely lazy of me

How could I be so immature ?
To think she could replace,
The missing elements in me,
How extremely lazy of me.

How could I be so immature ?
How could I be so immature ?

03 agosto 2009

querido diário.

não sei se já escrevi sobre esta sensação mas se sim repito-me (como costume)

sinto que algures quando tinha uns 18 ou 19 anos parei. deixei de crescer. congelei a imagem do mundo no meu interior e assim ficou. estática, um ou outro pormenor entra mas quase tudo fica de fora. o que eu vejo no espelho, o trato com os outros, a minha forma de sentir... os meus medos. a mesma pessoa a viver realidades diversas e com os mesmos argumentos para lidar com elas.

estranho porque as coisas de facto mudam, quase tudo muda...

27 julho 2009

exposto

à vista, tanto tempo a guardar o que tenho para de repente mostrar neste impulso para tu leres, dos pés para cima o que sou...

o hábito é tão forte que aqui sentado vi um dos meninos à procura de companhia pela sala.

a questão é que os meninos não estão cá. foram passear, oficialmente passar férias. na práctica parece que quem está de férias sou eu ou quem se sente pressionado por mim.




ouvi dizer que há motores mas essa conversa não deve ser comigo porque eu não percebo nada de mecânica

23 julho 2009

copy, paste...

nem family blogs, motherblogs, nem blogs em que as pessoas transparecem felicidade perene e constante. a mim não me interessa se é verdade ou se só o fazem para se mostrar de alguma forma. a mim não me interessa porque tudo o que resulta disso é a comparação que não posso evitar. o meu filho de manhã grita, à tarde berra, atira coisas, cospe, diz asneiras, promete pontapés, faz chantagens, exige coisas. a minha filha liga-me da colónia para me dizer que "oh mãe na lefties as calças estão baratíssimas estão a dá-las praticamente compre-me dois pares de ganga tenho de ir está uma confusão aqui beijinhos". o meu emprego é uma confusão constante onde não sei nunca muito bem para onde me virar.
por isso se estão de férias num país tropical, têm tempo para ir às compras e ler, jantam em lugares fabulosos, vão à inauguração do beach club, estão apaixonados, têm criancinhas amorosas e limpas e bem comportadas que vos adoram - fixe para vocês - eu fico feliz por todas essas coisas, mas não leio. a menos que tenham uma vida minimamente equilibrada entre coisas boas muito boas seca desastres angústias desesperos alegrias alívios amizades solidão o meu interesse é nulo. isto é uma coisa minha, não liguem.



.

19 junho 2009

querido diário

sei que pouco ou nada tenho falado contigo, quase tão pouco como o que te leio
noto que ando um pouco menos enxovalhado com esta coisa que é estar comigo, os meninos aos saltos, dentes, e nem noto que me mexo com menos destreza. agora já não é ao murro, agora é sentado no sofá com uma pistola... meias rotas, pés na mesa e a pistola...

anda cá, anda...


despenteio-te

amar uma ou duas paredes...

ou três, que é o máximo que trago

uma nunca soube, como quem lambe papel.
outra sempre acreditou que eu não sentia nada por ela.
e, finalmente, a que verdadeiramente amo não quer saber de mim. acha que me quero aproveitar dela, lutar sempre para se defender como se estivesse a ser atacada pelo sentimento e fosse obrigatório defender a sua... (espero que não leia este escrito, senão...)

estou enclausurado entre a vontade que tenho e o que me pedem. não sou perfeito, nunca serei. mas será isso possível? esse ser?
mais, entre a parede de lá e a parede de cá, estamos nós e não sabemos para onde ir. sabes tu?

mais uma noite mal dormida, "recatada" faz-te à vida.


mal parida

13 maio 2009

versiculo

um dia bonito pede outros dias bonitos com o sol que se adivinha e os sorrisos, com o peixe e as febras a assar no nosso grelhador, o cheiro que promete conversas fartas, olhares cúmplices e outros sorrisos. saltos, dentes. o meu verde com o teu castanho dá...
castanho

suspiro.

espero.


como tu dizes, ainda não me redimi... ainda não deitei a toalha, ainda espero o dia. mas agora vamos rir, vamos comemorar, ser felizes, ser ainda mais porque ser mais não custa, não onera, não desespera. é só um pequeno esforço e ser feliz










feliz, como eu já não me lembro...

25 abril 2009

a rodar

sinto que de alguma forma já disse tudo o que me vai na alma
de algum modo não tenho nada a acrescentar ao que já escrevi

falta-me, confesso, um certo "feed-back" muito ou pouco importante que seja, de facto as coisas começaram por aí e quer queiramos quer não, não há autonomia nas palavras, no resto...


de resto, estou a pensar seriamente desistir. Não do blog que não me pede nada, mas de outras coisas, sabes, coisas...

06 abril 2009

vermelho

eu queria ser obsessivo em ti eu queria que tu não quisesses outro que não eu eu queria que o mundo a lua o sol não girassem senão eu eu sei que estou estou mas não sei ser sem ser



assim


vou vou-me mover vou sair e abrir a janela mas antes vou girar por este espaço em redor de ti de ti e de vós e assentando sem cair vou vou



flutuar


pairar

o sol a praia que chega aqui ao pé
verde verde assim azul sem saber sem ser



azul

18 março 2009

tenho,

tenho um dente a cair...

tenho uma purga, um lugar onde nada me faz mossa, tenho. uma caixa onde se pode viver comigo, ali

11 março 2009

à toa..

enrolado na minha garganta, metade para cá, metade para lá, uma chuva permanente

enrolado um novelo que não desata. uma emoção que não sai, não passa nem se desvia. hoje comovi-me

(o papá é o monstro das meias rotas)

já agora, da cara que pica e outros inúmeros defeitos que não me apetece descrever

(dos beijos que se exageram, colos que não fazem falta, castigos que só se prometem...)



olho para mim e não tenho mais nada que um abraço ou este beijo, estou de rastos, lua cheia, vou acordar agora

angustia

não chores, A.miga, não chores

não vale a pena. eu sei o que já passaste e sei que não há nada que te derrote se tu não deixares


não deixes


não desistas agora quando tão importante é não desistires. já passaste por bem pior e não te deixaste vencer. eu sei. eu lembro-me. eu lembro-me. eu estou aqui mas não me esqueço

05 março 2009

*

(E lá fora uma chuvinha sem peso. Um princípio não bem de frio, de desconforto.)









estou além

28 fevereiro 2009

...with a bang...

A verdade é que nunca serei uma pessoa "confiável", nunca estarei direito, nunca serei sério, jamais precavido e raramente ajuizado.
As minhas ideias e o meu dia-a-dia dependem mais do meu estado de espírito do que de mim...

Isso não me impede de sentir, pelo contrário, sou isso, o sentimento, a emoção.

Vou-me vender agora, amanhã, não por gosto na venda, não que esteja para aí virado, mas porque agora gosto mais da estabilidade do que de mim...

vou dormir com menos sossego, dormindo na mesma. Já sei que vou acordar menos cedo, criticado, mas não me importo. O que me importava já morreu. E eu vou seguindo, apagando aos poucos a luz. Treinando para me tornar frio, frio não fosse...


quero que se lixe, mais uma vez me senti indesejado, mais uma vez não consegui dormir bem, em paz. mais uma vez

falar é fácil, para mim também, dormir assim nem por isso


mais uma vez

(que se lixe, siga!)

19 fevereiro 2009

vamos

vamos avançando, passo, passo.
com o tempo aprendemos a tocar o que nos rodeia, a trocar por uma opinião menos determinada...


vamos, passo,
demora a entender a nossa idade, a nossa indisponibilidade, as novas certezas, os novos ocasos...

ainda gosto d

17 fevereiro 2009

You see faces...



Hear it in my spirit

I've seen heroin for myself
On the street so young laying wasted
Enough ain't it enough
Crippled world
I just can't bring myself to see it starting


Tell me how I fear it
I buy prejudice for my health
Is it worth so much when you taste it?
Enough there ain't enough hidden hurt
A time to sell yourself
A time for passing


Spirit

How long?

Spirit


...


Spirit

Spirit

How long?

Spirit

How long?

Spirit

13 fevereiro 2009

despido

amo os meus caracóis (que devem estar a ir para a minha cama), amo os meus sobrinhos (que me tratam como um padrinho), amo a minha mãe (que nunca pára de pensar em mim), amo o meu pai (que já morreu), amo o meu sogro (que é das pessoas mais puras que há no mundo), amo a A. (que me faz tanta companhia), amo o José Sérgio (que me diz olá com o meu pai), amo uma criança que não conheço (mas faço questão de apadrinhar), amo a minha mulher (que bem tenta não ser de ninguém), amo o mundo (que me faz sentir assim...).

com tanto amar, e sol, e lua, mar, ocaso, nascente... vou seguramente dormir mais tranquilo. hoje, tal como anteontem e no dia que o antecedeu fui ver o meu filho nadar.

já não tenho desculpas para dizer que faço o que faço por obrigação ou por caridade. faço porque gosto. e porque quero atingir um fim. quero que olhem para as minhas mãos, para a pele que se enruga e quero gostar do que sou.

12 fevereiro 2009

com'a mim

andam cheios de piolhos, se viessem do meu quintal eu não me importava. até podiam ser carraças ou abelhas, monstros com seis patas e duas pistolas.
agora piolhos... já me bastam vírus, sentenças, coisas na cabeça que eu não sei
distracções, alheamentos, preponderâncias.

não sei se é dele ou se algum "touro" o empurra

completo, complexo, está a montar um mundo onde não quer que eu chegue. nem eu nem ninguém. está a ver se fica parecido comigo, e eu tenho medo. medo de o deixar ir. medo de não o conseguir ver. medo que se sinta assim...


como eu

08 fevereiro 2009

Letter To Hermione

The hand that wrote this letter
Sweeps the pillow clean
So rest your head and
read a treasured dream
I care for no one else but you
I tear my soul to cease the pain
I think maybe you feel the same
What can we do?
I'm not quite sure what we're supposed to do
So I've been writing just for you

They say your life is going very well
They say you sparkle like a different girl
But something tells me that you hide
When all the world is warm and tired
You cry a little in the dark
Well so do I
I'm not quite sure
what you're supposed to say
But I can see it's not okay

He makes you laugh
He brings you out in style
He treats you well
And makes you up real fine
And when he's strong
He's strong for you
And when you kiss
It's something new
But did you ever call my name
Just by mistake?
I'm not quite sure what I'm supposed to do
So I'll just write some love to you



DB

04 fevereiro 2009

acho que ainda me lembro...

agora que falo nisso, acho que em 1989 foste comigo ver um jogo de futebol. já não me lembro, mas devia porque devo ter dito qualquer coisa que te incomodou. não sei se é por isso que tens algumas reservas em relação a mim...
já não me sinto um estranho na minha casa nem os meus meninos, mas sinto falta de visitas dos meus amigos que imaginei iriam preencher o espaço.
imaginei que a natural evolução do factor de correcção da moeda iria tornar o meu investimento numa coisa banal mas dou-me conta que a crise chegou e as coisas não funcionam assim...

ok, alguém irá preencher os espaços em falta. eu talvez, ou o padeiro quando eu deixar de comer...

(o cavalo do inglês)

ou nada

24 janeiro 2009

intimidade

estamos sempre tão escondidos... para quê? dá-me a tua boca, já crescemos...

daqui a nada somos velhos, quando os ensejos se tornam memórias. beija-me agora. enquanto estou bonito, beija-me, olha para mim, vou tirar o cabelo, agora...

não...

tenho medo de mim,
de falhar, de não ser o melhor, de não ser perfeito, de me repetir, sei lá...


volta e volta me recordo e tento ser o eu pequeno e não posso, estou demasiado longe desse eu que fui, e fui sendo, agora já não sou.

tão longe que já não faz sentido

não dá




tenho medo de ti.

10 janeiro 2009

não sei...

não percebo muito bem o impulso que me leva a escrever isto, mas estou preocupado. acho que a miséria no mundo nunca irá acabar e, no fundo, sinto-me aliviado por estar como estou, embora não ache que tenha fechado nenhum ciclo.

resumindo; a inflação no zimbabue foi calculada em 14 de novembro de 2008 como

89.700.000.000.000.000.000.000% por ano, qualquer coisa como 79.600.000.000% por mês...

e agora? serei demasiado violento? quanto custa uma maçã? quando? e o que é que eu tenho a ver com isso...

hoje o gigante foi observado à lupa e o anjo tentou ficar mais leve. se alguma coisa lhes acontecesse eu passava à clandestinidade, mas entretanto ajudem quem pode. vá, não custa nada.

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www.helpo.pt

02 janeiro 2009

o hipopotamo e as formigas





bombas a cair, seres que pensam que vão ser sempre olhados com simpatia, comer, dentes a mastigar comer, optimista, queixar-me do terror, do que me fazem, do que sou obrigado a fazer, como se o melhor não dependesse de mim...

investir no meu amanhã, no que eu gostaria que fosse, no meu umbigo, no que me é oferecido ou que eu roubo, na minha emoção, a emoção do mundo, como se o mundo fosse a medida da minha emoção... quanto mais penso mais parado estou.
está a chegar uma nova era de gelo, frio. congelado, quase quase como se fosse acabar, como se me fosse apagar como se um fogo me fosse derreter, guardar as minhas emoções e depois as congelar numa memória que entretanto se desintegrou e desapareceu num nada que é de onde vim, para onde vou despejando o que sou, em emoções e olhares que por lá ficam. no tempo. vazio, nada. nada. nada. nada.

nada. nada. nada. andando. andando. amando. amando. vou. vou. vudu. vudu. magia mar sangue sangue sangramos e nada!


estas formigas não pensam. fazem e não pensam. deixam-se esborrachar e não acabam, nunca se diminuem, não sabem o que é. eu não consigo tomar banho aqui. agora. agora como é que eu mergulho e me afogo?






não sei

Relentless







Unmoved by appeals for sympathy or forgiveness;
insensible to the distresses of others;
destitute of tenderness;
unrelenting;
unyielding;
unpitying; as, a prey to relentless despotism.

Intimidade (embora um pouco explicito)

You've got your ball  You've got your chain  Tied to me tight tie me up again  Who's got their claws  In you my friend  In...