30 abril 2007

Ele

Misterioso, o rapaz. Os pais pensavam que iam ouvir um não acabar de queixas e vai-se a ver é o preferido de todos protegendo inclusive os mais pequenos das agressões da idade.

O meu rapagão...

Só tenho pena que seja assim tão parecido com ele próprio e às vezes desligue. Tem lá um botão que o abstrai do mundo e mergulha no dele. Alienado é o que é. Tão novo e já tão alienado. Conversa com ele próprio, irrita-se se o interrompem, imagina o espaço e os planetas, quer construir uma nave para viajar por aí, sei lá, está a fazer a sua própria cama para viver só.
A menos que encontre algo que lhe encha a imaginação. Tem que vir dele, não dá para vir de fora...

(estou a reparar que os meus dedos a bater nas teclas parecem umas aranhas)

- Alô, é da protecção social? Estou a olhar para uma criança que precisa de ser protegida de excesso de imaginação. É que os pais não o estão a castrar o suficiente para o standard que ele precisa de ser para sobreviver, acho que está a ser exageradamente criativo e se não o travam já vai ser infeliz, tipo pintar o cabelo de azul, ouvir musica que não lembra o diabo, não falar com ninguém, sei lá, essas coisas que vocês sabem...

Até porque as pessoas com quem ele se poderia identificar têm o estranho hábito de não falar com ninguém sobre o que pensam.



(não achas que a palavra "voçês" pareçe um panhonha com a língua de fora? e que apalavra parece "apalpava"?)

25 abril 2007

outra vez sobre a intimidade...

e então? quem vai levar os meninos?
eu encosto-me mais um bocado a sentir o teu quente, o que me dizes, o que queres que eu seja...

(obviamente vais tu e eu sei que um pouco de mim ficou por ali, encostado a ti ou ao quente que foste tu, que tu deixaste para mim)

sobre a intimidade está o cansaço, o meu cabelo que parecia não caír, o tempo que passa, o meu filme mudo, o nosso ar carrancudo e... e o teu nome. vezes sem conta repetido, dito, falado, telefonado, emitido, SMS...
de dois em dois meses dou-te a mão e caminho ao teu lado, eu esponja de mim dou-te a mão. lá está, sobre a intimidade posso falar da tua mão; tem ossos, tem veias, tem tu do outro lado e eu por aqui.
Sabes, sobre a intimidade sei que daqui a dois dias me vais dizer que me amas ou eu te vou dizer que o amor...

faz de conta, como tu sabes, o amor não existe. e como tu dizes muito bem o que existe é a felicidade.



(ainda não foi desta...)

05 abril 2007

Sobre a censura

Confesso que este post estava recheado de vernáculo na minha cabeça, mas acho que consigo assentar e escrever de uma forma que o censor o possa ler.

Começo pelo fim:
Vejo o censor literalmente como o homem que bate na mulher ou nos filhos, ou na avó ou que tem vontade de lhe bater.
É alguém cuja educação e exemplos não exclui a violência como uma forma de resolver os problemas. Considera-se melhor que os demais e está convencido que as suas opiniões são mais claras ou esclarecidas que as dos outros.
Penso que o ideal de mundo para ele seria a “rapaziada” toda de botas pretas e capuzes brancos com as mulheres em casa, de avental… Só não sei como se iriam entreter, uma vez que não haveria “diferentes” para zurzir.
Como a sociedade mudou e já não lhe é permitido agredir fisicamente os que são diferentes dele passou a agredir de outra forma; ofendendo, dificultando, maldizendo. No fundo tentando desanimar a expressão de criatividade por parte de quem a tem e o usufruto dela por parte de quem o quer.
Porque será que quanto menos valor uma pessoa tem mais precisa de se afirmar como o melhor, o ilustre, o sábio...



Acho que tens um vírus no teu blog.

era só...

04 abril 2007

Sobre a intimidade

- Eu sou a imagem de um rochedo intransponível.
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- Eu sou a imagem de um riacho saltitante.
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(censurado)

01 abril 2007

Sobre mim

Sobre quão simples é elogiar o que não conheço e quão raro é apreciar o que está tão próximo de mim.
Dorme aqui ao lado e
Dorme breve breve ao meu lado

Sobre a partilha dos meus sonhos, sobre a partilha dos meus enganos e sobre a partilha dos meus defeitos
Dorme, dorme e acorda com os meus silêncios

Sobre quando fomos reis de uma praia, sobre quando fomos convidados do rei, o "rei da russia" (o rato roeu a rolha...) e lado a lado descemos uma e outra montanha
Dorme pouco, dorme na avidez do sono, dorme os meus pecados.



O amor às vezes está tão cansado...

Intimidade (embora um pouco explicito)

You've got your ball  You've got your chain  Tied to me tight tie me up again  Who's got their claws  In you my friend  In...