06 março 2007

Sobre o amor

O amor às vezes vai passear, às vezes não liga o telemóvel e não se consegue falar com ele. Está de férias numa ilha de encantos seus e está distraído.
O amor é um velhote com a pele morena do sol e do sal que fala comigo numa língua que eu não aprendi, não quer ouvir o que eu lhe digo e não liga ao que eu lhe peço.
O amor dorme enquanto eu descubro o amor e penso que o amor me descobriu a mim.
O amor é assim à duzentos anos e quer que o meu amor seja assim... com duzentos anos e eu, eu quero que o meu amor seja assim, com esses duzentos anos e não mude.
Não quero sentir que eu mudei, não quero sentir que o meu amor mudou e não quero sentir que o meu amor aumentou.
O amor é tão pequeno.
O amor é tão grande.

O amor às vezes está tão cansado...

11 comentários:

A. disse...

...ai.

Abssinto disse...

O amor está lá sempre mas somos tão fraquinhos que até as coisas boas que conseguimos obter a gente tendem a esquecer (tipo bilhete de autocarro que se oblitera e mete no bolso para o caso de vir o pica...somewhat).

abraço

A. disse...

Inevitavelmente,voltamos sempre ao mesmo,o amor!...
Tudo já foi dito e redito,tudo já teve o seu direito e o seu
avesso,no entanto,quando o dizemos de dentro é como se
tudo num breve instante se esbatesse e reencontrássemos a
voz primordial.É assim com a pessoa amada,é assim em
todas as canções de amor.

Claro que gostamos de finais felizes,claro que fazemos sentir
a nossa falta,claro que nos irritamos,claro que projectamos na
voz da pessoa amada os nossos mais secretos desejos...
Claro que nos desiludimos para voltarmos ao mesmo:o amor!

Atravessamos um deserto cego e frio e só depois de nos
darmos conta;deixamos livros marcados para que o outro dê
conta de nós,rasgamos a pele e a roupa para que,num desespero
de carência,se ofereça o essencial...e,no entanto,só perante o
amor avaliamos a nossa total fragilidade.É o suspenso momento
de todas as indefinições,de todos os medos,de todas as dúvidas...
mas,simultaneamente,o grande delta de toda a razão de ser,
a grande casa inacabada.

João Monge

_____________________________...


...o amor às vezes. às vezes não.

:/

Varanda disse...

e do outro lado do espelho, com a consciência de necessitarmos de ser amados podemo-nos esforçar por dar a quem amamos aquilo que pedimos para nós.
Isso tudo...



e depois logo se vê... ;)

A. disse...

...e enquanto me recusar a olhar por "esse" lado do espelho ninguém me vem visitar.






___________________________...

oh José.

Jane & Cia disse...

o amor... às vezes adormece... às vezes até muda de corpo, de morada... o amor está dentro... o amor é esperança... e (tão essencial) nada...

A. disse...

...ás vezes está tudo tão cansado.



eu estou.estamos.

parece-me.

:/

A. disse...

...levei.

Anónimo disse...

"...amores dentro do Amor..." diria Éça... não há 200 anos mas quase...
sem telemóvel

A disse...

Ando a ler este Blog desde ontem :) e vou roubar-te este pedaço....

Porque é mesmo lindo. Muito.

Beijos

A disse...

Eu não me canso de ler isto.

Perdoa-me mas não me canso de dizer isto... e de repeti-lo lá :)


É tão lindo mesmo mesmo mesmo....


Beijos

Intimidade (embora um pouco explicito)

You've got your ball  You've got your chain  Tied to me tight tie me up again  Who's got their claws  In you my friend  In...