Despido de preconceitos e ideias preconcebidas. Tal como a vida.

30 dezembro 2006

Sobre a inveja

"A sociedade é como um individuo que se atira do alto de uma torre. À medida que vai caindo e vendo passar os andares, diz para si próprio: até aqui tudo bem, até aqui tudo bem.
O que importa não é a queda mas a aterragem"

(O ódio)


Ninguém vem ao meu blog dizer mal de mim, tal como ninguém se dá ao trabalho de me tentar ofender com um comentário. Serei assim tão especial? Claro que não.

Noutra casa, bem mais vista e cobiçada li um comentário/insinuação à frase "Qualquer dia dispo-o, sento-o sossegado no sofá da minha varanda virado para o mar, roubo-lhe o olhar e o abraço, dou-lhe um beijo e abandono-o" dita sobre o meu corpo. Como não sabem como eu sou não tentam insinuar que me quero atirar de uma torre. Fazem bem, porque não quero. Mas como não invejam nada de um desconhecido como eu, nem sequer se lembram de me tentar criar "problemas" :))))) Fazem bem, porque não conseguem...

Enfim, "Será que a vida tem um fora José?" claro que tem, pois tem. Somos nós enquanto Deus. Cada um dentro de si tem o seu. Eu faço com o meu o que quero e o que penso e tu fazes o queres com o teu...
No fundo posso dizer que não te invejo porque te amo e assim sou. Posso dizer que sou assim. Posso dizer que amo e por isso estou "Deus", estou fora José.





P.S. Vou voltar a vestir-me de negro porque sim. (a estética)

27 dezembro 2006

Fora!

Lembro-me de estar a ouvir pessoas a falar comigo e sentir que estava prestes a derreter, desfalecer, fugir. Olhares fixos no meu e eu a olhar para o chão, para um fundo qualquer. Para um canto ou uma gruta. Estar escondido, estar fora, não estar aqui.

(Quando vou a conduzir o meu carro gostava que toda a gente me saísse da frente: acelerar, rolar, "fluir" daqui para fora!)

Já aceito olhares no meu, já aceito olhares no meu e penso, comunicação, estou a ouvir aquilo que realmente importa a quem fala comigo. O que é que eu tenho ouvido? escutado? À medida que o tempo passa tenho subido pela escada. Tenho ouvido coisas que na realidade não estão "lá", só porque me tocam não significa que o sejam.

Fora!

Estou (fora! sai da frente que vem atrás de ti um acidente) à espera...

(um dia vou ter asas, um dia vou ter asas, um dia vou flutuar assim e vou ver. Vou mudar de casa, vou mudar de roupa, vou-me despir assim e vou emigrar de mim para mim. Vou sair para fora! e vou chegar até...)

"será que a vida tem um fora, José?"

Pouco me importa se tem um fora ou não, pouco me importa se tem um fora ou não. pouco me importa porque estou completamente fora! (está a chover na minha cabeça. Chuva...)

(A poça tornou-se um lago e a chuva continuou.) E eu ainda aqui estou. Chuva, chuva, chuva...

(I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me...)




Estou fora!

Um imenso adeus

E como esta época nos empurra para qualquer coisa mais do que aquilo que normalmente vou acreditando,
deixo-te aqui em forma de resposta ________________________...

(O que caracteriza a mentalidade religiosa não é responder à pergunta sobre o sentido ou intenção da vida...o que é propriamente religioso é acreditar que,depois de dada tão sublime resposta,já está justificado deixar de perguntar.
Graças a Deus as coisas têm sentido, mas seria ímpio perguntar que sentido tem então Deus.
E,no entanto,de um ponto de vista filosófico,a pergunta sobre o sentido de Deus é tão razoável e urgente como a que pretende revelar o sentido do mundo ou o sentido da vida. Se essa pergunta não se pode fazer ou, em nome do Grande Enigma Divino, é suportável não responder a ela "Deus é o sentido e a pequenez humana nada mais pode saber d'Ele para além disso")
...então teria valido o mesmo ficarmos conformados muito antes. Poderíamos ter aceite à partida, por exemplo,a lição daqueles dois versos de O guardador de rebanhos que Fernando Pessoa escreveu:

«as coisas não têm significado mas existência

as coisas são o único sentido oculto das coisas»





Tantos foras José...mete medo.







(delicada e doce bailarina. E no entanto... tão real)

17 dezembro 2006

abikiu



Don't walk the plank like I did
You will be dispensed with, when you've become
Inconvenient

Up on Harrowdown Hill, Where you used to go school
That's where I - That's where I'm lying now
Did I fall or was I pushed? Did I fall or was I pushed?
And where's the blood? Where's the blood?
But I'm coming home, I'm coming home to make it alright so dry your eyes
We think the same things at the same time, we just can't do anything about it
We think the same things at the same time, we just can't do anything about it

So don't ask me, ask the Ministry
Don't ask me, ask the Ministry
We think the same things at the same time, there are so many of us so you can't count
We think the same things at the same time, there are so many of us so you can't count

Can you see me when I'm running? Can you see me when I'm running?
Away from them, Away from them
I can't take the pressure, No one cares if you live or die
They just want me gone, they want me gone
But I'm coming home, I'm coming home to make it alright so dry your eyes
We think the same things at the same time, we just can't do anything about it
We think the same things at the same time, there are too many of us so you can't;
there are too many of us so you can't count

It was a slippery slippery slippery slope
It was a slippery slippery slippery slope
I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me slipping in and out of consciousness
I feel me



Consta que o Thom Yorke escreveu esta letra sobre um Dr. David Kelly, microbiologista, que se suicidou devido à pressão que existiu sobre ele a propósito das armas no Iraque. Kelly suicidou-se cortando os pulsos e atirou-se para o rio em Harrowdown Hill...


"Será que a vida tem um fora José...?"

15 dezembro 2006

Je Fume

Enrolo o meu olhar pelas voltas do fumo, caracóis do meu João, tate-bitate...

ta. . .ta. . .ta. . . te. . . te. . . te. . . -. . . bi. . . bi. . . bi. . . bi. . . ta. . . ta. . . ta. . . ta. . . te. . . te. . . te. . .
mau filme digital

o fumo enrola, sobe...

Há por aí mais alguém a quem pareça que o tempo parou?
parou?

Onde está o meu olhar curioso? A minha inocência, disponibilidade...


Nem me dei conta que um dia acordei mais velho e triste. Já foi à tanto tempo que me esqueci. Ou então fui esmorecendo... descolorando... acinzentando...

Olho a minha cara mole no espelho e lembro-me:
"eu não quero trabalhar, eu não quero almoçar, eu só me quero esquecer"




do quê?

09 dezembro 2006

Distorcido, violado e descontextualizado

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sabes...não deve ser assim.
não há máquinas por ali.tem de existir um cuidado maior.o todo faz aquilo que somos.inteiros.não é apenas um corpo a que estão a assistir.é emoção,abalo,dor...
vontade,motivação,respeito e como alguém disse aqui...discernimento.
tudo,acima de tudo..ter a percepção
de quando mexem pessoas como fantoches.
Provavelmente uma das pessoas mais preguiçosas que poderá ter o desprazer de conhecer...